Conclusões do Experis Tech Talent Outlook: 1º trimestre de 2024
- A Projeção para a Criação Líquida de Emprego* no setor das Tecnologias da Informação (TI) em Portugal revela-se forte, com um valor de +57%, registando uma subida considerável de 10 pontos percentuais face ao trimestre anterior
- Este é o setor que mais pretende recrutar em Portugal, seguido pelos Serviços de Comunicação e Transportes, Logística e Automóvel
- Portugal supera a média global do setor em 21 pontos
Apesar do abrandamento económico e das tensões geopolíticas – nomeadamente os conflitos entre Israel e o Hamas e a Ucrânia e a Rússia –, a contínua transformação digital e a maior automatização dos negócios parecem refletir-se positivamente nas intenções de contratação do setor das Tecnologias da Informação, cujas empresas necessitam de reforçar as suas equipas com perfis especializados. Assim, os empregadores nacionais do setor das TI revelam um grande dinamismo no que respeita às Perspetivas de Contratação para o primeiro trimestre de 2024, sendo mesmo os que mais pretendem recrutar em comparação com outros setores.
As intenções dos empregadores tecnológicos evoluem, por isso, de forma positiva, com 65% das empresas a preverem aumentar as suas equipas no próximo trimestre, face a 8% que anteveem reduzir e a 25% que planeiam manter o seu número atual de colaboradores. Os dados são apresentados no estudo Tech Talent Outlook, apresentado pela Experis, e mostram uma Projeção para a Criação Líquida de Emprego no setor das TI de +57% para o primeiro trimestre de 2024, um valor já ajustado sazonalmente e que representa uma subida considerável de 10 pontos percentuais face ao último trimestre de 2023 e de 29 pontos percentuais comparativamente com o período homólogo do ano anterior.
Estes valores colocam Portugal 24 pontos percentuais acima da média da região da EMEA (Europa, Médio Oriente e África) e 21 pontos percentuais acima da média global, posicionando-o como o terceiro país no mundo com a perspetiva mais otimista.
“Embora 2023 tenha sido marcado por reduções de equipas em multinacionais tecnológicas, que atraíram muita atenção, estas deveram-se em grande medida a um processo de ajustamento face às contratações do período pós-pandemia. Atualmente, assistimos a uma elevada procura por talento e serviço tecnológicos em todos os setores e perfis de empresas, reflexo da transformação digital se faz sentir em praticamente todos os modelos de negócio. Por esse motivo, nos primeiros três meses de 2024 cresce a necessidade de encontrar estes perfis especializados – especialmente nas empresas das TI – mas também nos restantes setores”, explica Nuno Ferro, Brand Leader da Experis.
As empresas do setor não planeavam contratar tanto desde o primeiro trimestre de 2022
As intenções de contratação dos empregadores nacionais do setor das TI registaram, ao longo do ano 2023, uma evolução progressiva, crescimento esse que resulta agora num forte sentimento de contratação para os primeiros três meses de 2024 e uma das Projeções para a Criação Líquida de Emprego mais elevadas a nível global. De facto, este é o trimestre com as previsões mais otimistas registadas neste sector em Portugal, desde o primeiro trimestre de 2022, quando atingiu os +67%.
Empregadores do setor das Tecnologias da Informação são os que mais querem contratar na região EMEA e a nível global
A nível global, as TI são o sector que apresenta a Projeção para a Criação Líquida de Emprego mais forte, com um valor de +36%, revelando, contudo, um ligeiro decréscimo de 3 pontos percentuais face ao trimestre anterior. Ainda assim, na comparação com o período homólogo de 2023, esta Projeção reflete uma estabilização, aumentando um ponto percentual.
Na Região EMEA, onde se situa Portugal, a Projeção do setor das TI é de +33%, valor que se mantém face ao último trimestre e que se revela 6 pontos percentuais superior ao verificado no mesmo período de 2023.
Portugal é o terceiro país, entre os 41 analisados, a apresentar a maior projeção para a criação Líquida de Emprego, sendo ultrapassado apenas por Porto Rico e pela Suíça, com Projeções de 64% e 62% respetivamente.
De entre países e territórios inquiridos, 17 apresentam perspetivas de contratação mais otimistas que no trimestre anterior, enquanto 2 permanecem estáveis e 22 abrandam as suas intenções de contratação. Na comparação com o mesmo período do ano anterior, 26 países apresentam uma evolução positiva da Projeção para a Criação Líquida de Emprego.
Suíça, Bélgica e Áustria apresentam a maior evolução entre trimestres, com crescimentos de 38, 32 e 22 pontos percentuais, respetivamente. Os maiores decréscimos observam-se na Noruega, na Irlanda e em Taiwan, com evoluções de -36, -34 e -32 pontos percentuais.
O estudo da Experis entrevistou mais de 5450 empresas tecnológicas, em 41 países e territórios.
* A Projeção para a Criação Líquida de Emprego resulta da diferença entre a percentagem de empregadores que planeia aumentar a sua força de trabalho e a percentagem de empregadores que planeia reduzi-la.