A atual força de trabalho digital parece muito diferente do que era há um ano atrás, em grande parte devido à pandemia, que obrigou as organizações a colocar os seus trabalhadores em trabalho remoto praticamente de um dia para o outro.
Num recente webinar, Technology + People = Transformation, Rajesh Gopinathan, CEO & Managing Director da TCS, Tata Consultancy Services, Jonas Prising, Presidente e CEO do ManpowerGroup, e Heather Landy, editora executiva da Quartz, partilharam ideias sobre como a pandemia acelerou a transformação digital, o impacto nas competências, e como as empresas podem alcançar a melhor combinação entre pessoas e tecnologia.
Aqui estão 5 exemplos de como a pandemia de COVID-19 originou uma aceleração das crescentes e disruptivas tendências tecnológicas.
O engenho humano + tecnologia irão prevalecer
O ritmo de adaptação das organizações à pandemia mostra a importância do engenho humano. Em muitos casos, as organizações passaram equipas inteiras para trabalho remoto no espaço de uma semana. Isto foi conseguido através de pura resiliência e criatividade, mostrando que mesmo a sofisticada inteligência artificial não pode substituir completamente o elemento humano. Esta tendência de tecnologia que interage com as capacidades humanas perdurará. Embora muitas organizações tivessem a capacidade de fazer esta mudança antes da pandemia, a crise impulsionou a mudança e fê-la acontecer. As organizações que passam por transformações devem lembrar-se que não se trata apenas da tecnologia, mas, mais importante ainda, da cultura e de como se lidera e do porquê se faz a mudança.
Modelos de trabalho flexíveis para todos
Antes da pandemia, o trabalho à distância a tempo inteiro era de cerca de 4% a 5% da força de trabalho. Hoje em dia, aproximadamente 35- 37% dos trabalhadores combina o mundo offline e online, sendo um cenário provável de continuar. As empresas têm sido capazes de aplicar o engenho humano, a capacidade de se adaptar muito rapidamente, e combiná-lo com a tecnologia que, embora sempre tenha estado presente, não o era na mesma medida que agora… continuamos a fazer o trabalho e a manter a produtividade, mas de uma forma completamente diferente. Embora os seres humanos sejam criaturas sociais que gostam de se reunir, o que esta pandemia provou é que as organizações podem criar contextos, capacitados pela tecnologia, onde podemos combinar a vida profissional e a vida pessoal de novas formas que beneficiam o indivíduo, de modo que a flexibilidade esteja disponível quando os trabalhadores querem e quando precisam dela, beneficiando também as organizações.
A aprendizagem contínua é indispensável
A crescente dependência da tecnologia acentuará a polarização da força de trabalho entre aqueles que têm as competências e as ferramentas para fazer esta transição e aqueles que não as têm. A necessidade de as empresas investirem nas ferramentas e tecnologias para qualificar e requalificar as suas equipas e criar uma cultura de aprendizagem dentro da organização tornou-se ainda mais essencial. Muitos empregadores ainda não estão muito conscientes da necessidade, que é algo fundamental para o crescimento das suas bases de talento e o desenvolvimento do seu capital humano em termos de competências e capacidades para executar as suas estratégias empresariais. O desequilíbrio na formação pode eventualmente criar um enorme ponto de viragem a favor de um esforço de requalificação e atualização de competências mais escalável, não só a nível da empresa, mas também a nível nacional, uma vez que esta situação continua a evoluir a um ritmo acelerado.
As culturas fortes vencerão
Num recente estudo da Quartz, 37% dos inquiridos disseram que sentiram que a sua cultura no local de trabalho tinha melhorado desde o início da pandemia, enquanto 15% referiram que sentiram que a mesma se tinha deteriorado. As empresas que já estavam à frente no desenvolvimento de uma cultura inclusiva e diversa apresentam os trabalhadores com uma impressão mais favorável. A divisão sugere que construir e manter uma boa cultura de empresa é importante, especialmente quando os trabalhadores estão dispersos. As organizações que fazem as coisas certas aumentando o ritmo de comunicação, envolvendo as equipas, e dando prioridade à saúde e segurança podem emergir da pandemia com uma cultura ainda mais forte. Quanto à liderança, as organizações tendem a mover-se mais lentamente com mudanças transformacionais a este nível, do que os seus trabalhadores da linha da frente, pelo que é importante criar a uma cultura de liderança que possa navegar com sucesso no ambiente complexo e em rápida mudança dos dias que correm.
A confiança irá ditar a transparência
No espaço pessoal, as pessoas mudaram muito a sua disponibilidade para partilhar informação. O mundo atual está habituado à transparência, para o bem ou para o mal, mas o fator “confiança” – em que instituições os indivíduos confiam essa informação – vai determinar a forma como os trabalhadores se sentem em partilhá-la. Muitas das maiores empresas do mundo devem a sua grande dimensão ao facto das pessoas fornecerem tantos dados gratuitamente, os quais são depois monetizados por essas empresas. A forma como as organizações gerem os dados irá determinar a quantidade de informação que os indivíduos lhes confiam. No fim de contas, resumir-se-á às preferências individuais, e às contrapartidas que estão dispostos a fazer – que têm de ser construídas com base num entendimento completo daquilo para que os dados estão a ser utilizados.
Assista ao webinar sobre Tecnologia + Pessoas = Transformação para mais insights.