Conclusões do Experis Tech Talent Outlook: 2º trimestre de 2024
- A Projeção para a Criação Líquida de Emprego1 no setor das Tecnologias da Informação (TI) em Portugal revela-se otimista, com um valor de +22%, registando, contudo, um abrandamento acentuado de 35 pontos percentuais face ao trimestre anterior
A crescente transformação digital e a maior automação nos modelos de negócios continuam a impulsionar a procura por profissionais especializados no setor das Tecnologia da Informação, para que as empresas consigam capitalizar as oportunidades do mercado e impulsionar o seu crescimento. Apesar da incerteza que caracteriza o cenário económico nacional e global atual – motivada pelo abrandamento da economia mundial, pela inflação persistente e pela tensão geopolítica vivida – os empregadores do setor de TI em Portugal demonstram otimismo em relação às perspetivas de contratação para o segundo trimestre do ano.
As intenções de contratação dos empregadores tecnológicos mantêm-se, assim, positivas, com 43% das empresas a planearem aumentar as suas equipas no próximo trimestre, face a 21% que antecipam reduzir e a 31% que planeiam manter o seu número atual de colaboradores. Os dados traduzem uma Projeção para a Criação Líquida de Emprego no setor das TI de +22% para o segundo trimestre de 2024, um valor já ajustado sazonalmente e que representa uma descida acentuada de 35 pontos percentuais face ao primeiro trimestre de 2024 e de 10 pontos percentuais comparativamente com o período homólogo do ano anterior.
Estes valores colocam Portugal 6 pontos percentuais abaixo da média da região EMEA (Europa, Médio Oriente e África), e 12 pontos percentuais abaixo da média global.
“O cenário económico atual desafiante, a inflação e as altas taxas de juros levantam desafios acrescidos no acesso ao capital e estão a levar muitas empresas tecnológicas a reavaliar os seus custos operacionais, e a redimensionar equipas, no sentido de procurar cumprir as suas metas financeiras. Assim o crescimento contínuo nas intenções de contratação que observámos ao longo dos últimos trimestres, marca agora um ponto de inflexão, com uma diminuição nas projeções de emprego em IT para o próximo trimestre. Apesar desse abrandamento, a procura de talento qualificado mantém-se forte, e a escassez de profissionais técnicos e especializados mantém-se um dos principais desafios para as empresas neste momento, levando os empregadores a reverem as suas estratégias de atração de talento, com um foco cada vez maior no upskilling e reskilling de profissionais. Este investimento na construção do talento é cada vez mais necessário para que as organizações consigam alcançar os seus objetivos de crescimento.” explica Nuno Ferro, Brand Leader da Experis.
Intenções de contratação em TI a nível global mantêm-se positivas e estáveis quando comparadas com o trimestre passado e com o período homólogo de 2023
A Projeção para a Criação Líquida de Emprego no setor tecnológico a nível global apresenta-se com um valor positivo de +34%. Este valor reflete uma estabilização face às perspetivas do trimestre passado, ao diminuir apenas 1 ponto percentual. Na comparação com o mesmo período de 2023, a Projeção mantém-se inalterada, registando o mesmo valor.
Na Região EMEA, onde se situa Portugal, a Projeção do setor das TI é de +28%, situando-se 2 pontos percentuais abaixo da registada no primeiro trimestre de 2024 e 1 pontos percentual acima do registado no período homólogo no ano passado.
Perfis tecnológicos e especializados em Data revelam-se os mais prioritários para os empregadores nacionais, mas encontrá-los continua a ser um desafio
Segundo dados do Talent Shortage Survey de 2024, desenvolvido pelo ManpowerGroup, 26% dos empregadores nacionais apontam, para 2024, os perfis tecnológicos e especializados em Data como os mais prioritários.
De facto, embora as perspetivas de contratação para o segundo semestre de 2024 sejam positivas, preencher as posições que as empresas lançam para o mercado continua a revelar-se um desafio para grande parte das organizações tecnológicas. Na verdade, 80% dos empregadores nacionais do setor das Tecnologias da Informação afirmam ter dificuldades em encontrar os perfis com as competências que procuram.
O estudo da Experis entrevistou mais de 5728 empresas tecnológicas, em 42 países e territórios.
* A Projeção para a Criação Líquida de Emprego resulta da diferença entre a percentagem de empregadores que planeia aumentar a sua força de trabalho e a percentagem de empregadores que planeia reduzi-la.