A maioria dos empregadores acredita que a Inteligência Artificial e a Realidade Virtual criarão mais empregos
- 74% dos profissionais consideram que a IA será a tecnologia que mais impactará a sua carreira
O desenvolvimento de tecnologias como Inteligência Artificial, Machine Learning, Realidade Virtual e Blockchain têm vindo a transformar o mundo do trabalho e a abrir caminho para uma nova era na gestão de talento, apresentando potencialidades em todo o ciclo da experiência de talento. Da organização de eventos de recrutamento virtuais, às reuniões imersivas com colegas de outras partes do mundo ou à assistência na revisão de candidaturas, a IA e a RV estão a configurar um novo normal do Mundo do Trabalho.
Estas tecnologias trazem consequências profundas no tipo de trabalho que as pessoas irão realizar no futuro. Estima-se que 1,1 biliões de empregos sejam suscetíveis de serem transformados pela tecnologia, até 2030, de acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE). Face aos receios frequentemente enunciados de que a automação resultará na perda de empregos em larga escala, o estudo “Immersive Tech Report” da Experis conclui, pelo contrário, que a adoção das novas tecnologias tende a gerar um aumento líquido do número de empregos, com 58% das empresas inquiridas a anteciparem que as tecnologias imersivas irão levá-las a contratar mais profissionais, face a 24% que refere que não terão impacto na dimensão das suas equipas e apenas 13% que assume que estas tecnologias levarão à diminuição do seu número de profissionais.
Sete em cada dez organizações já implementam Inteligência Artificial, Realidade Virtual ou Machine Learning, no seu processo recrutamento, ou planeiam fazê-lo em três anos
As organizações reconhecem que as novas tecnologias têm o potencial de mudar o panorama da atração de talento e a grande maioria já as utiliza. Quando questionadas sobre se já implementaram estas novas tecnologias nos seus processos de recrutamento ou planeiam fazê-lo no espaço de três anos, 70% das empresas inquiridas assumem que sim. No que respeita ao Machine Learning, 72% dos empregadores já usam esta tecnologia ou planeiam fazê-lo e 71% referem o mesmo acerca de Inteligência Artificial. Por fim, quase dois terços (65%) usam a Realidade Virtual, ou planeiam fazê-lo num futuro não muito distante, nos seus processos de seleção.
51% dos candidatos declararam sentir-se confortáveis com uma entrevista em Realidade Virtual
O estudo revelou o mesmo nível de entusiasmo por parte dos colaboradores e potenciais candidatos no que respeita a estas tecnologias, mas não como substitutos para a interação entre humanos. Nesse sentido, uma adoção bem-sucedida, por parte das empresas, deverá passar necessariamente por um reforço das capacidades dos recrutadores, e não pela sua substituição.
Mais de metade dos candidatos (51%) sentem-se cómodos com uma entrevista em RV e 60% referem estar abertos a experiências de recrutamento com RV, tais como as feiras de emprego. Não obstante, à medida que o processo de seleção avança, estes níveis de conforto com interações exclusivamente tecnológicas começam a diminuir. Assim, apenas 38% dos profissionais se sente confortável com a possibilidade de ter uma candidatura revista inteiramente por tecnologia de Inteligência Artificial, e um terço dos profissionais discordou fortemente da opção de não terem qualquer interação humana até à entrevista final.
O estudo revela ainda que embora os profissionais continuem a valorizar o contacto humano, acreditam que estas tecnologias irão estar presentes nas suas vidas. Quando questionados sobre qual terá um impacto maior na sua carreira, 74% dos entrevistados elegem a Inteligência Artificial, com o Metaverso e a Blockchain a surgir a seguir, sendo ambas as opções de 13% dos profissionais.
63% dos entrevistados não têm qualquer experiência na utilização do Metaverso em contexto profissional
As tecnologias imersivas estão a transformar os tipos de competências que os colaboradores precisam, mas a força de trabalho atual está ainda pouco preparada para esta mudança. Segundo o estudo, 63% dos entrevistados afirmam não ter qualquer experiência na utilização do Metaverso num contexto profissional, face a 16% que já a tiveram e a 21% que têm pouca experiência.
Assim, para garantirem que as pessoas podem prosperar ao longo das suas carreiras, os empregadores necessitarão de criar um ecossistema que as apoie na constante evolução das suas competências, e, neste âmbito, a tecnologia imersiva pode ser um elemento acelerador, ajudando a garantir este desenvolvimento.